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O município de Ladário, cidade histórica que fica no oeste de Mato Grosso do Sul e a primeira a ser habitada no Estado, reafirmou parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que está completando 80 anos de atividades. A Secretária Municipal de Educação, Sara de Almeida e a presidente da Fundação de Cultura, Antoninha Guimarães, estiveram presentes no evento realizado esta manhã, representando o prefeito Carlos Ruso que está viajando.
Ladário tem laços importantes com o Iphan, por sua história rica em cultura e folclore. A cidade já tem tombada a "viola de cocho", instrumento genuinamente pantaneiro, que embalou a solidão dos moradores das regiões mais longínquas dos inundados da planície, lugares onde só se chegam em demoradas viagens de barco ou de avião.
"Eu fiquei praticamente sozinho, mas sabendo que não estou sozinho. Tem muitos cururueiros ainda, mas eles moram nos sítios, nas fazendas. Mas, nós estamos aqui pra não deixar morrer essa tradição, é um pedido do meu pai", disse o cururueiro Sebastião Brandão, um dos maiores responsáveis por difundir a viola. Além de dar aulas de fabricação do instrumento e de ensinar como é que se toca, ele ainda tem filmes gravados e divulgados em todo o país, sobre as riquezas da terra, incluindo, é claro, a viola de cocho.
Ladário também quer que uma festa muito peculiar da cidade seja tombada pelo patrimônio histórico, o "São João Pantaneiro", um grande arraial com a participação de milhares de pessoas que culmina com o banho do santo no rio Paraguai, simbolizando o batismo. É pura tradição e, ainda por cima, uma festa católica que mistura sentimentos e religiosidade de uma forma eclética, sendo chamada de "a festa do sacro e do profano".
"Nós temos muito o que trabalhar junto ao Iphan, e estamos dispostos a fortalecer ainda mais essa parceria", disse Antoninha Guimarães, que será a responsável por subsidiar o instituto para garantir as conquistas que estão sendo aguardadas para Ladário, uma delas, o tombamento dos antigos casarões, já feito pela Câmara Municipal e, agora, aguardando a chancela do Iphan, tal qual aconteceu em Corumbá, cidade vizinha à Pérola do Pantanal.
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